Página Principal | Download | Biografia | Álbum Fotográfico | Relação dos livros | Links| Artigos |

"A Percepção do Espírito após a morte"

    Olá amigo! Tudo bem com vc?

    ..............

    Sobre esse texto dos níveis da personalidade eu gostaria de lhe perguntar se Ubaldi fala alguma coisa sobre o nível chamado de "supraconsciência" que os espíritas dizem que é o nível de percepção dos espíritos quando desencarnam, e que lhes permite ter um esclarecimento de tudo o que foi mais marcante e significativo no seu processo evolutivo referente a sua última encarnação e também às anteriores, e assim, auxiliado pelos nossos mentores espirituais fazer tipo um "balanço" das nossas experiências já vividas para ter condições de programar as circunstâncias da próxima encarnação?

    Abraços,
Nadya

Resposta

    Prezada amiga,

    Segundo Ubaldi a morte não é igual para todos. Dessa forma, conforme o grau evolutivo que tivermos alcançado, teremos um poder de consciência maior ou menor na vida espiritual. Nos seres menos evoluidos há uma obnubilação da consciência e nos mais evoluídos não haverá perda da consciência. No livro Problemas Atuais, no capítulo 8, intitulado O Livro Tibetano dos Mortos, Ubaldi descreve com clareza sobre a vida depois da morte. Reproduzo, abaixo, diversos tópicos desse capítulo que lhe proporcionará uma visão mais abrangente desse tema, pois, dá maior ênfase a ação das formas-pensamento que geramos durante na nossa vida de encarnados, do que a interferência de mentores espirituais. São estas forças que nos arrastam para uma nova reencarnação independente de estarmos delas conscientes ou não. Recolhi também várias passagens de outros livros de Ubaldi sobre esse assunto de modo que você possa fazer uma pesquisa mais profunda.

    A existência depois da morte é apenas uma continuação da vida, já não mais em condições físicas, mas em condições psicológicas, como conseqüência do fenômeno psicológico que se iniciou na vida terrena. [....] A existência depois da morte é, pois, uma continuação no plano psíquico da vida precedente no plano físico, até o momento em que se retoma um corpo, para continuar o caminho da evolução. A natureza dessa existência de desencarnados é a conseqüência exata, em alegria e dor, e em qualidades de representações mentais da existência material precedente, que por sua vez é a conseqüência de todas as anteriores. E no mundo dos desencarnados a representação mental é tudo. Falando psicologicamente, poderíamos chamar a isso um estado de sonho prolongado, cheio de visões vivíssimas, decorrentes diretamente do conteúdo mental do indivíduo que as percebe. [....] Não esqueçamos que o ser decaiu no relativo, e vive na grande Maya, ou ilusão, isto é, no irreal, quer esteja encarnado ou desencarnado, dado que o real só pode alcançar-se no fim do caminho evolutivo, quando forem reencontrados a perfeição e o absoluto. Esse estado de ilusão é proporcional ao grau de involução do espírito, que corresponde ao grau de materialidade de sua existência, ou seja, inconsciência, ignorância, profunda imersão no irreal. [....]Quanto mais for involuído o espírito, tanto mais adormecido está ele. [....] Tudo funciona obedecendo a uma lei de harmonia. Assim como no estado embrional humano, o feto passa por todas as formas de estrutura orgânica, desde a ameba até o homem, da mesma forma, no estado posterior à morte deve a alma retomar, tanto mais conscientemente quanto mais for evoluída, todas as experiências vividas em suas existências passadas, para a elas acrescentar os resultados da última. Na terra a ciência vê apenas um lado da existência, a metade somente do fenômeno da vida. [....] A parte psicológica, correspondente a esta memória pessoal, tem função preponderante naquele Livro Tibetano dos Mortos, em relação à vida depois da morte. A vida do desencarnado, diz este livro, é totalmente produzida pelo conteúdo mental do próprio indivíduo que a percebe. Assim um muçulmano verá o paraíso de Maomé, um indiano verá seu nirvana, o cristão o seu céu de anjos e santos, o materialista, depois da morte, terá somente visões negativas, vazias, tal como imaginava quando vivo. Essas visões mudam de acordo com a erupção das formas-pensamento fixadas no indivíduo que agora as percebe. Isto até que sua força cármica condutora se não haja exaurido por si mesma. Trata-se de formas-pensamento ou criações mentais que, no estado de desencarnado, sem corpo material, adquirem, num ambiente imponderável, a consistência do real, qual nos aparece em nosso mundo sensório, em vida. Essas formas-pensamento são constituídas de matéria sutil, que representa a primeira fase na criação da matéria, a que diretamente deriva do pensamento, que sobre ela tem poder genético e modelador. Assim, essas formas-pensamento derivam diretamente do pensamento, isto é, dos pensamentos que cultivamos ou que nos dominaram em vida, ou seja, de nossa atitude espiritual dominante e habitual, de que derivaram também as atividades mais repetidas, geradoras por isso daqueles automatismos com que se fixam as tendências e instintos futuros. Assim, afirma o livro citado, no estado de desencarnados vivemos no ambiente que nós mesmos formamos com os nossos pensamentos durante a vida. Esgotado o impulso que nós mesmos lhe imprimimos, termina a representação ou projeção e o estado de desencarnado. O espírito sente então atraído a dirigir-se para o mundo dos vivos, para nele recomeçar suas experiências. [....] Essas formas-pensamento são inseparáveis da alma, representam sua própria natureza, de modo que seguirão o indivíduo em qualquer lugar em que ele se encontre. São forcas ativas, cujo movimento fatal não pode ser detido, e que tem que desenvolver-se deterministicamente até o fim, de acordo com a lei cármica de causa e efeito. No estado de desencarnado, o homem encontra-se no mundo dos efeitos, cujas causa foram semeadas na vida por meio de pensamentos dominantes e de suas obras. Por isso, paraíso e inferno são estados mentais de alegria ou de dor, criados por nós mesmos, existentes para cada um na forma por ele próprio gerada, e inexistentes fora de sua mente. São estados ou condições completamente espirituais daquela alma que, tendo perdido os meios sensórios para sentir, permanece sempre o centro de toda a capacidade sensitiva, especialmente agora que está livre do corpo. (P. Ubaldi - Problemas Atuais - Cap 8 - O Livro Tibetano dos Mortos)

    A morte não é igual para todos. É sim, no corpo, mas não no espírito. Nos seres inferiores - inclusive no homem nos primeiros degraus - o centro perde a consciência e apressa-se a reencontrá-la, arrastado pela corrente das forças da vida, em novos organismos. O grande mar tem suas marés; ininterruptamente, impele, na onda do tempo, os princípios, no alternado ciclo de vida e de morte, porque esse é o caminho para subir. A evolução é uma força premente. Está na natureza do dinamismo daquele princípio animador, de aspirar sempre a novas expressões e realizações mais elevadas. Essa perda temporária de consciência, nos seres inferiores, pode dar-lhes a sensação daquele fim que o materialismo defende: sensação, não realidade. Mas nos homens mais evoluídos, que entraram na fase a propriamente dita, do espírito, a consciência não se extingue, mas lembra, observa, prevê, depois escolhe as provas com conhecimento. A consciência é conquista, é prêmio aos imensos esforços. No ambiente imaterial, pode subsistir no homem tudo o que nele é imaterial: aquela parte que foi pensamento elevado, sentimento tão preso às formas. Tudo o que é baixo é trevas; no alto estão a luz e a liberdade. Mas, por meio de sua luta diuturna para refinar a matéria, de maneira que possa expressar cada vez mais transparentemente o espírito, a evolução vos eleva cada vez mais acima daquela morte que mais vos espanta, a treva da consciência, e a transforma numa passagem, na qual a personalidade cada vez menos se abala, até reduzi-la a uma mudança de forma em que o "eu" permanece desperto e tranquilo. (P. Ubaldi - A Grande Síntese - Cap 74)

    Assim, a morte não é igual para todos. A noite não é trevas para os noctívagos. A morte só é morte para os tipos involuídos, animais e vegetativos, isto é, em ondas longas; para os tipos evoluídos, espirituais ou, seja, em ondas curtas, a morte significa vida. Todos nós somos relativos, limitados e estamos fechados numa das metades da vida. Mas sempre a experiência oposta, a outra metade, está pronta a compensar-nos e completar-nos. Tudo pode transformar-se. A vida em ondas curtas representa a morte da vida em ondas longas, mas constitui a vida dos tipos em ondas curtas. A vida deles não reside na terra, e sim no além, no reino da noite, enquanto que para os tipos em ondas longas ela está no mundo, no reinado do dia. Há, pois, temperamentos adequados a viver na vida e temperamentos adequados a viver na morte. (P. Ubaldi - A Nova Civilização do Terceiro Milênio)

    Assim, a morte não é igual para todos, e pode parecer para o involuído um fim doloroso, e ao evoluído uma alegre libertação. A proporção, pois, que o ser evolve, liberta-se ele da morte, isto é, da conseqüência da queda, transformando em alegria o sistema emborcado em dor.(P. Ubaldi - Problemas Atuais)

    A morte não é igual para todos. Igual pode ser somente o processo de decomposição orgânica. Diante, porém, da sobrevivência, somente um subconsciente desenvolvido não perde a consciência, isto é, não se anula como sensação no após-morte. Muitos dos homens atuais, demasiado próximos da besta perdem, realmente, na morte, a sua subconsciência. Outros morrem sem perder a limpidez e a potência de vida, porque nem todos sobrevivem igualmente. (P. Ubaldi - Fragmentos de Pensamento e Paixão)

    .... a morte não é igual para todos, pois nem todos sobrevivem igualmente à morte física, mas com diferente poder de consciência, de acordo com o grau de a que tenha atingido. (P. Ubaldi - A Grande Síntese - Cap 57)

    abraços,

    Pedro Orlando Ribeiro 
    

Página Principal | Download | Biografia | Álbum Fotográfico | Relação dos livros | Links| Artigos |